“Ler é melhor que estudar”. Esta é uma opinião quase unânime e compartilhada
pela população letrada e pertencente às elites intelectuais brasileiras: intelectuais,
professores do ensino fundamental, médio e universitário, jornalistas, comunicadores da
mídia. No entanto, a maior parcela de nossa população, embora hoje possa estudar, não
chega a ler. A escolarização, no caso da sociedade brasileira, não leva à formação de
leitores e produtores de textos proficientes e eficazes e, às vezes, chega mesmo a
impedi-la. Ler continua sendo coisa das elites, no início de um novo milênio.
Mas ser letrado e ler na vida e na cidadania é muito mais que isso: é escapar da
literalidade dos textos e interpretá-los, colocando-os em relação com outros textos e
discursos, de maneira situada na realidade social; é discutir com os textos, replicando e
avaliando posições e ideologias que constituem seus sentidos; é, enfim, trazer o texto
para a vida e colocá-lo em relação com ela. Mais que isso, as práticas de leitura na vida
são muito variadas e dependentes de contexto, cada um deles exigindo certas
capacidades leitoras e não outras.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário